Quem tem um negócio sabe que na composição de custos de produção está a energia elétrica. E para diminuir essas despesas, os empresários estudam a possibilidade de migrar para o mercado livre de energia.
Você pode estar se perguntando: o que é o mercado livre de energia? É um mercado onde se encontram empresas que atuam na geração, comercialização e distribuição de energia e os consumidores podem contratar e negociar livremente fornecimento de energia elétrica. Já o mercado cativo é formado pelas concessionárias, como a Cemig, por exemplo.
Uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita em outubro de 2022 apontou que 56% das indústrias do mercado cativo desejam migrar para o mercado livre de energia em 2024. Participaram da Sondagem Especial Indústria e Energia 2.016 empresas, sendo 794 pequenas, 724 médias e 498 grandes.
De acordo com a sondagem, atualmente, cerca de 10,5 mil empresas industriais compram energia elétrica do mercado livre. Dessas, 59% são grandes empresas, 25% são de médio porte e 6% são pequenas empresas.
Economia na conta de energia
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), o gasto com energia elétrica é um dos três maiores em padarias. Fica atrás apenas da aquisição de matéria-prima e despesas com pessoal.
Nas padarias, os equipamentos de refrigeração são responsáveis por 40% do consumo. Os fornos consomem cerca de 29% de energia elétrica. O restante do consumo é dividido entre micro-ondas, estufas e iluminação, entre outros gastos.
A CNI estima que as indústrias que migrarem para o mercado livre poderão economizar, em média, de 15% a 20% na conta de luz. “O momento é de preparação por parte dessas empresas para a migração. Por isso, 2023 será um ano para estudar o mercado, planejar e fazer contas sobre a viabilidade de ingressar no mercado livre”, afirma o especialista em Energia da CNI, Roberto Wagner Pereira.
Vantagens
A possibilidade de gastar menos na conta de energia elétrica é uma das vantagens oferecidas pelo mercado livre, que pratica preços mais competitivos do que o mercado regulado. É possível economizar até 20%, o que possibilita uma redução nos custos de produção.
Outra vantagem é que o consumidor pode escolher livremente o fornecedor. Com isso, há maior flexibilidade na negociação de preços, prazos, volumes e fontes contratadas. E no mercado livre, o consumidor fica isento da cobrança de Bandeiras Tarifárias.
Atualmente, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), podem negociar energia elétrica no mercado livre quem consome carga igual a 500kW e qualquer nível de tensão. A Portaria nº 50/2022 do MME estabelece que as empresas de enquadramento tarifário de alta tensão possam migrar para o mercado livre a partir de 1º de janeiro de 2024. E, pelos cálculos da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), a abertura do mercado a todos os consumidores deve ocorrer em janeiro de 2026.